segunda-feira, 30 de junho de 2014

A importância dos orixás em nossas vidas - por Roberley Meirelles


O que é orixá para nós, trabalhadores das diversas fraternidades que confiam e acreditam em regentes espirituais, temos a crença que Deus dividiu seus fatores ou energias em diversas formas dotando seus filhos ou espíritos, humanizando-os com seus atributos e instruindo-os para serem pólos magnéticos e condensadores para parâmetros humanos. Atribuímos muitas vezes aos orixás nossos modos de ser, viver, comportar, pensar, agir e, por fim, acreditar.

O orixá está na natureza, mas não é apenas a natureza. São fatores de energia e pontos de fixação para a evolução humana e principalmente aos trabalhadores da seara espírita ou umbandista ou candomblecista. Enfim, é mais uma benção de Deus.

O umbandista deve buscar o equilíbrio de todas essas forças da natureza através da prática da caridade, do respeito e amor à natureza e às coisas de Deus. A Umbanda nos ampara e nos propõe trazer o equilíbrio dessas forças para as nossas vidas. Desta forma seus filhos serão sempre pólos atrativos e condensadores dessas energias.

Trabalhar na Umbanda ou ser seguidor dos seus ensinamentos e parâmetros ensina e demonstra aos seres humanos que tudo está sempre em completa mutação, nada é estático ou imóvel e a evolução é contínua e chama a todos para que caminhem através de seus enviados de luz, que sempre nos trazem palavras de consolo, amparo, força, esclarecimento, caridade e amor, e assim fazer ultrapassar as paredes físicas do terreiro de Umbanda.

Sendo a caridade o objetivo principal do médium umbandista, a Umbanda não se propõe a se solução milagrosa para os problemas de ordem material criados por nós, mas propões que, através da harmonização com as forças da natureza, encontremos amparo e alívio para os nossos problemas.

Essas forças da natureza estariam dentro de nós, nascemos já preparados para a nossa batalha ou desafios como muitos comentam, somos amparados por nossos senhores, ou seja, nossos orixás, que significa:

ORI = Coroa ou cabeça
Xá  = Senhor ou luz

Poderíamos então dizer que orixá significa: senhor da cabeça ou senhor da luz.

Cada orixá tem uma função específica e até as que são antagônicas se harmonizam frente às nossas necessidades, por graça do Criador. Todas as energias emanadas pelos orixás estando em equilíbrio nos tornam melhores e facilitam a nossa passagem na Terra, por isso falei em benção de Deus e também em manifestações básicas e harmônicas dos orixás, pois algumas podem ser antagônicas, porém são complementares.  Tudo isso explica e justifica porque é fundamental estarmos equilibrados com os sete planos divinos com seus respectivos orixás, explica porquê não nos dedicarmos a um ou dois orixás específicos apenas.

Dentro da Umbanda trazemos todos os orixás para fazer parte da nossa vida, ou seja, a Fé, a Lei, a Justiça, o Amor, o Conhecimento, a Cura, a Evolução e, por fim, a Proteção. Todas essas forças devem fazer parte da caminhada do médium umbandista, todos temos a necessidade do amparo divino para conseguirmos a realização dos nossos planos reencarnatórios.

Sendo que orixá é a tradução mais evoluída do nosso sistema manifestada nas forças da natureza, não poderíamos nós termos a mais pura essência desses complexos etéreos, e sim a centelha desfocada que se  reflete, manifesta e influencia o médium, que vem traduzida e decodificada numa linguagem compreensível para nós.

A formação do arquétipo de cada um depende do grau evolutivo do médium e contribuições dadas à sua formação, tais como nível de consciência de vida de acordo com sua visão espiritual, qualidade da aprendizagem feita de encarnação para encarnação, historicidade cultural nessa encarnação, formação familiar e serviços prestados à comunidade em forma de caridade.

Quanto mais o médium trabalha em função da sua melhoria como ser humano, maior e melhor é a qualidade da influência vinda das egrégoras do astral, pertencentes aos regentes das coroas mediúnicas, ou seja, menos impurezas ele absorverá, já que seus sentimentos se tornarão forte filtro.

A jornada de um trabalhador de luz terá algumas facilitadoras, porém não será nada fácil atingir seu objetivo final; ele dependerá muito do comportamento dentro e fora do terreiro, porque a todo momento seremos lembrados que para alcançarmos e luz e podermos fazer parte dela, temos que deixar para trás as forças das trevas e a negatividade dos planos inferiores, que tão bem conhecemos.

Somos importante para Deus e os orixás, mas também somos importantes para as trevas e a escuridão. Devido ao magnetismo humano, somente nós temos a energia capaz de abrir alguns campos espirituais que se chamam ectoplasma.  Através dessa energia invisível aos olhos dos homens, muitas formas e pensamentos são alimentadas ou mesmo curadas no plano espiritual, por isso devemos estar sempre vigilantes em nossa capacidade e dedicação ao bem.

Somos importantes de verdade. Deus nos quer ao seu lado sempre, nos envia seus guerreiros e guerreiras para que possamos vencer a nossa batalha particular.  O resultado dessa guerra dependerá única e exclusivamente dos nossos desejos.

Roberley Meirelles.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Milagres? - Douglas Fersan


Milagres não são realizados em qualquer outra religião, não vamos nos prender aqui ao universo umbandista. Acho que tudo que acontece, que hipoteticamente parece anormal ou sobrenatural aos nossos olhos, segue uma lógica universal (ou por que não divina?), que foge à nossa compreensão, mas nem por isso deixa de ser lógica. Se uma doença supostamente incurável, apenas para dar um exemplo, foi curada em um templo religioso (não me atenho a nenhuma religião específica), é porque certamente o seu portador foi merecedor dessa graça e a Lei Divina agiu em sua vida, não por um milagre, mas sim por determinações que não estão ainda longe da nossa possibilidade de raciocínio. 


A palavra milagre nos remete a realizações de coisas impossíveis e sobrenaturais e, particularmente, eu não acredito no sobrenatural e menos ainda que coisas impossíveis (até pelo próprio significado da palavra) possam acontecer. 

Portanto, se uma grande graça foi alcançada em um templo, significa que a espiritualidade ou Deus, ou o que queiram chamar, trabalhou dentro das leis do merecimento e daquilo que lhes é permitido fazer. Penso que foi assim durante toda a história da humanidade. 

Para ilustrar, basta usar o exemplo da penicilina. Há pouco mais de um século, muitos diriam que doenças graves serem curadas por um simples fungo seria um milagre. 

A mão de Deus está mais presente nas nossas vidas do que imaginamos e muitas vezes nos guia para solucionar problemas de forma que é incompreensível às nossas mentes tão limitadas. Daí, para dizer que o feito foi um milagre é um pulo. 

a fé remove montanhas e talvez até seja capaz de acionar mecanismos que não estão dentro da nossa capacidade de compreensão dos fatos, gerando fenômenos que comumente chamamos de milagres. As questões espirituais (pelo menos na minha concepção) não se resumem ao intercâmbio entre o natural e o sobrenatural (será que esse realmente existe?). Para mim tudo funciona dentro de uma lógica perfeitamente estabelecida desde os primórdios do Universo, sem querer entrar aqui em questões místicas. 

Quanto à eterna antítese entre ciência e religião, creio que existe mais um confronto ideológico do que realmente científico ou espiritual. Diversos fenômenos eram considerados milagres (como por exemplo, a obtenção do fogo, pelos homens primitivos), mas depois encontrou-se uma explicação dentro da chamada ciência convencional para isso... e a coisa deixou de ser milagre para ser fato concreto.

Acredito que com o passar dos tempos, fatos que hoje são tratados com ceticismo virão à luz da razão. Essa minha visão é cética? Muito pelo contrário, acredito plenamente na espiritualidade, mas acho que um dia a ciência a compreenderá de maneira mais clara e menos preconceituosa, deixando de tratá-la como uma coisa abstrata para se tornar fato concreto.

Douglas Fersan
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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Bater cabeça - Douglas Fersan


Bater cabeça é um ato de humildade, de entrega, de sabedoria.

De humildade porque ao bater cabeça, você reverencia Deus, os orixás, as entidades e a hierarquia do seu terreiro.

De entrega porque mostra a fé inabalável em Deus e seus orixás e a confiança em seu dirigente, demonstrando que sente-se em segurança no solo sagrado (terreiro) em que pisa, sabendo que todos ali presentes, espiritual e materialmente estão em harmonia para que tudo corra bem.

De sabedoria porque os sábios entendem que humildade não é humilhação, é o reconhecimento de sua condição de eterno aprendia perante as forças divinas, em cujas fontes vai beber.

Infelizmente essa tradição - que deveria ser tratada mais do que como uma tradição, e sim como um ritual integrante do culto umbandista - está caindo em desuso. É preciso resgatar e manter vivas as raízes sagradas da divina Umbanda.

Douglas Fersan
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terça-feira, 24 de junho de 2014

Prece a Xangô



Poderoso Orixá de Umbanda,
Pai, companheiro e guia.
Senhor do equilíbrio e da justiça.
Auxiliar da Lei do Carma,
Só tu, tens o direito de acompanhar pela eternidade,
Todas as causas, todas as defesas, acusações e eleições,
Promanadas das ações desordenadas, ou dos atos impuros e benfazejos que praticamos.
Senhor de todos os maciços e cordilheiras,
Símbolo e sede da tua atuação planetária no físico e astral.
Soberano Senhor do Equilíbrio, da equidade,
Velai pela inteireza do nosso caráter.
Ajude-nos com sua prudência.
Defenda-nos das nossas perversões,
Ingratidões, antipatias, falsidades,
Incontenção da palavra e julgamento indevido dos atos
Dos nossos irmãos em humanidade.
Só Tu és o grande Julgador.
Kaô Cabecilê Xangô!


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domingo, 22 de junho de 2014

Será que toda casa tem axé? - por Douglas Fersan


Orixá é manifestação divina, é a presença de Deus em suas múltiplas faces na Terra. Assim, uma casa que cultua orixá se destina à prática do bem, da caridade, da solidariedade, da irmandade entre seus membros, da busca pelo crescimento espiritual.

E não se alcança o crescimento espiritual com atitudes escusas, duvidosas, egoístas e negativas. Deus e, portanto, os orixás não compactuam com isso. Se um templo foge desses preceitos, ele não tem orixá - pode ter kiumba, zombeteiro, trevosos, qualquer coisa, mas não tem orixá, não axé.

Se na sua casa realiza-se trabalhos de amarração ou separação de casais, o amor ali não prevalece, ali Oxum não sorri, ali Oxum chora. Ali não tem axé.

Se nessa casa não se prega a irmandade, o amor fraterno entre seus membros, Iemanjá não canta, ali Iemanjá lamenta.

Se os filhos da casa não se unem para socorrer um que porventura esteja em desespero e assim abrir seus caminhos, Ogum não vê motivos para lutar e guarda sua espada na bainha.

Se as bocas falam mentiras, se ali tentam prejudicar outros, Xangô aplica a justiça, pois ali falta não só o axé. Falta também ética.

E acima de tudo, se não amor, Oxalá educadamente se retira. Oxalá é a manifestação suprema do amor e da fé.

Então, antes de entrar numa casa lembre sempre: em casa que se cultua orixá, maldade não se cria.

Douglas Fersan
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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Porta da frente ou porta dos fundos? - Por Fabiana Carvalho


PORTA DA FRENTE OU PORTA DOS FUNDOS?
Por Fabiana Carvalho
O movimento de entrada e saída de médiuns do templo é algo comum e natural em todas as Casas Sagradas. Cada terreiro tem seus procedimentos e regras para aceitar novos filhos. Em alguns, basta manifestar a vontade e o sacerdote já deixa entrar na corrente mediúnica. Em outros, é preciso estagiar num grupo prático de desenvolvimento em dias específicos. Ainda há aqueles em que o aspirante a corpo mediúnico passa por um período preparatório mais longo, que inclui a discussão de temas sobre mediunidade e (con)vivência dentro do terreiro e exercícios práticos de incorporação.
Apesar dos procedimentos diferentes, na hora de buscar um novo terreiro, os motivos são basicamente os mesmos: descontrole mediúnico, vontade de desenvolver a mediunidade, ou dar continuidade ao trabalho espiritual já iniciado.
Não importa o que trouxe o médium à nova Casa, o comportamento dos iniciantes é sempre igual: alegria, contentamento, satisfação, gratidão e empolgação pela nova jornada que se inicia.
Porém, é importantíssimo que, antes de iniciar qualquer projeto em nossas vidas, saibamos terminar o anterior - as entradas são triunfais, mas e as saídas???
Como sacerdotisa, o que não quero para mim, não desejo para o outro. Quando alguém manifesta o desejo de participar do Templo, a primeira orientação é para se desligar do terreiro anterior que participava de forma direta, decente e respeitosa.
Na hora de entrar, tudo são flores; mas a convivência errada dentro do terreiro gera conflito, atrito, ciúme, briga, inveja, descontentamento, frustração e raiva... ocasionando saídas feias e desagradáveis!
Há uma ligação espiritual entre você e seu sacerdote, ele assumiu um compromisso perante os Pais e Mães Orixás de conduzir e amparar sua Coroa enquanto você pertencer à Casa dele. Dê uma satisfação formal sobre seu desligamento e desvincule-se energética e espiritualmente do Templo/sacerdote que já não satisfaz mais suas necessidades religiosas.
Ao desligar-se, tenha uma atitude ética: seja honesto e diga a verdade para seu sacerdote! Dê a oportunidade dele repensar a organização e estrutura Casa (e até mesmo seu próprio comportamento) se for procedente sua reclamação.
Não desapareça! Não mande recado por bilhete, e-mail, torpedo ou facebook, avisando que vai sair. Vá pessoalmente, pois foi pessoalmente, olho no olho, que você pediu para entrar.
E não tenha medo de possíveis demandas desse sacerdote - boa parte desse medo é infundado, pois dirigir um Templo ocupa muito tempo e energia de um líder espiritual para ele desgastar-se com alguém descontente com seu solo sagrado.
Mas claro que há, infelizmente, sacerdotes que enxergam a posse de sua "prole" e não permitem uma saída tranquila. Esse apego aos filhos da Casa (ou ao que eles podem proporcionar materialmente) é uma degeneração da liderança religiosa que devia entender e aceitar que esse movimento de saída é natural.
Para esses casos, tenha certeza que seu novo sacerdote irá lhe amparar e proteger espiritualmente.
O fundamental é você fazer a sua parte e sair limpo e de cabeça erguida pela porta da frente - que foi por onde você entrou!
Texto publicado no Jornal de Umbanda Sagrada - 168 - Veja todas as edições do Jornal de Umbanda Sagrada na Integra no site:
colegiopenabranca.com.br

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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Exu x Kardecismo (texto de Alexandre Cumino)


Salve amados irmãos é com muita alegria que recebo esta oportunidade para falar de Exu e vou aproveitá-la para esclarecer um assunto que me parece polêmico: o fato de existir ou não Exu trabalhando junto as correntes kardecistas.
Bem uma coisa é clara, para todos nós, em sua forma característica, eles não incorporam no kardecismo , isso é fato, mas afinal tem ou não espíritos no grau de “guardiões” a proteger o trabalho Kardecista ?
Para que cada um julgue e considere segundo suas concepções do que é um Exu, vou me limitar apenas a transcrever alguns trechos de livros da série "Nosso Lar" de André Luiz , psicografado por Chico Xavier:
* De súbito, um companheiro de alto porte e rude aspecto apareceu e saudou-nos da diminuta cancela, que nos separava do limiar, abrindo-nos passagem. Silas no-lo apresentou, alegremente. Era Orzil, um dos guardas da mansão, em serviço nas sombras. A breves instantes, achávamo-nos na intimidade de pouso tépido. Aos ralhos do guardião dois dos seis grandes cães acomodaram-se junto de nós , deitando-se-nos aos pés. Orzil era de constituição agigantada , figurando-se-nos um urso em forma humana. No espelho dos olhos límpidos mostrava sinceridade e devotamento. Tive a nítida idéia de que éramos defrontados por um penitenciário confesso, a caminho da segura regeneração. "Ação e Reação" pg 62 
*Três guardas espirituais entraram na sala , conduzindo infeliz irmão ao socorro do grupo. "Nos Domínios da Mediunidade" pg.53 *Apenas o irmão Cássio, um guardião simpático e amigo, de quem o assistente nos aproximou, demonstrava superioridade moral."Nos Domínios da Mediunidade " pg.251

Bem não precisamos nos alongar não é, encontraremos o mesmo tema abordado em várias outras obras de cunho Espirita-Kardecista, só para citar mais uma, do autor J.R.Rochester, que se é polemico no entanto tornou-se um clássico, temos na obra "Os Magos" um certo Abin-ari espirito sem luz que vive de retirar de nosso meio os espíritos rebeldes e "larvais" que se voltam contra a humanidade.
Espero Ter ajudado na compreensão do mistério Exu, que formam uma hierarquia muito forte de trabalhos espirituais no astral, onde muitas destas hierarquias já estavam formadas antes da Umbanda, mas que por ela foram absorvidas sem deixar de prestarem o seu trabalho a outras religiões ou grupos espiritualistas, onde estiver um “guarda do astral”, um “guardião da luz para as trevas”, um “penitenciário confesso” trabalhando no resgate e proteção entre a luz e as trevas lá estará o que na Umbanda se chama Exu, no caso do kardecismo vimos estes guardiões trabalhando no astral, só não tem eles ali a liberdade de ação que encontram na Umbanda de incorporar, fazer descarrego, barganhar com outros incorporados, trabalhar na magia... porque tudo isso não cabe dentro da dinâmica Kardecista... é próprio de Umbanda... 


Um abraço de vosso irmão em Oxalá Alexandre Cumino.

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